A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. O seu principal sintoma é uma úlcera indolor, semelhante a uma afta, na região genital. Se não for tratada, a bactéria pode espalhar-se pelo organismo e, após anos de infecção, levar a complicações graves, como acometimento do sistema nervoso central.
A sífilis tem cura, mas é preciso tratá-la com antibióticos apropriados para se livrar do Treponema pallidum. O tratamento é estabelecido de acordo com a fase da doença.
Neste artigo vamos nos ater apenas ao tratamento e à cura da sífilis. Se vocÊ procura informações mais abrangentes sobre a sífilis, acesse o seguinte link: SÍFILIS | Sintomas, diagnóstico e tratamento.
Como curar a sífilis
O antibiótico com melhores taxas de cura da sífilis é a penicilina. O tipo mais usado de penicilina é a penicilina benzatina, mais conhecida como Benzetacil (leia: PENICILINA BENZATINA | Injeção de benzetacil).
Sempre que possível, a penicilina deve ser a primeira opção de tratamento. A penicilina é tão superior aos outros antibióticos que, em alguns casos, mesmo nos pacientes alérgicos à penicilina, ela permanece sendo a primeiro escolha. É preferível submeter o paciente a uma processo de dessensibilização do que indicar outro antibiótico (leia: ALERGIA À PENICILINA).
Esquema de tratamento da sífilis com penicilina
1) Sífilis primária, secundária ou latente precoce (com menos de 1 ano de infecção):
Tratamento mais indicado: Penicilina benzatina (Benzetacil) 2.4 milhões de unidades em dose única por via intramuscular.
? Pacientes alérgicos à penicilina: Doxiciclina 100 mg de 12/12 horas por via oral, por 14 dias.
2) Sífilis com mais de 1 ano, terciária ou de tempo indeterminado:
Tratamento mais indicado: Penicilina benzatina (Benzetacil) 2.4 milhões de unidades em 3 doses por via intramuscular, com uma semana de intervalo entre cada.
? Pacientes alérgicos à penicilina: Doxiciclina 100 mg de 12/12 horas por via oral, por 28 dias.
3) Neurossífilis
Tratamento: Penicilina G cristalina 3 a 4 milhões de unidades a cada 4 horas por via intravenosa, por 10 a 14 dias.
– Pacientes alérgicos à penicilina devem fazer tratamento de dessensibilização para poderem ser tratados com penicilina cristalina.
O tratamento do paciente HIV positivo é exatamente igual ao da população em geral.
Tratamento da sífilis na gravidez
O tratamento da sífilis na gravidez é igual ao da população em geral. No caso de grávidas alérgicas à penicilina, a doxiciclina não é uma opção, pois é um antibiótico contraindicado durante a gestação (leia: ANTIBIÓTICOS NA GRAVIDEZ ). Nestes casos, o mais indicado é realizar um testes alérgicos para que a alergia à penicilina possa ser comprovada. A maioria dos pacientes que se diz alérgico à penicilina na verdade não o são. Alguns deixam de ser alérgicos com o passar dos anos, enquanto outros nunca foram, apenas interpretaram equivocadamente algum efeito colateral com os sinais de alergia. Se nos testes a paciente não apresentar sinais de alergia grave à penicilina, a gestante deve passar por um processo de dessensibilização à penicilina para que ela possa fazer o esquema completo de benzetacil.
Controle de cura da sífilis
Após o final do tratamento, o paciente deve repetir o exame de VDRL a cada 6 meses durante 2 anos. Se o tratamento tiver levado à cura da sífilis, os valores do VDRL cairão, no mínimo, 4 titulações após os primeiros 6 meses, e continuarão caindo ao longo dos anos.
Exemplos:
Se o VDRL era 1/256 ele deve cair para 1/64.
Se o VDRL era 1/128 ele deve cair para 1/32.
Se o VDRL era 1/64 ele deve cair para 1/16.
O VDRL não precisa chegar a zero para se confirmar a cura. Basta que os sintomas desapareçam e o VDRL caia de forma relevante. Os valores do FTA-ABS não servem para serem usados no controle de cura.
Cerca de 15% dos pacientes tratados adequadamente não apresentam essa queda de 4 titulações do VDRL. Nestes casos, se o VDRL se mantiver acima de 1/32, um novo curso de antibiótico está indicado e uma investigação sorológica do(s) parceiros (as) é necessária. Nos pacientes com VDRL menor que 1/32 e sem sintomas, não é sugerido repetir o tratamento, a não ser que os títulos do VDRL voltem a subir.
Pessoas curadas não transmitem sífilis para outras.
Pessoas curadas podem ter sífilis de novo?
Se o paciente fez o tratamento correto e se curou da sífilis, não há risco da doença voltar. Porém, é importante salientar que ter tido sífilis não gera imunidade, o que significa que uma pessoa pode se contaminar com o Treponema pallidum mais de uma vez na vida. Portanto, se você teve sífilis, tratou adequadamente e se curou, mas voltou a ter relações sexuais com alguém contaminado, existe um grande risco de vocÊ voltar a ter sífilis novamente.
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