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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

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COMO É A SESSÃO DE HEMODIÁLISE

Como os rins são órgãos vitais, não há como sobrevivermos sem eles estejam funcionando minimamente. Quando os rins param de funcionar, o paciente só tem 3 opções: transplante renal, hemodiálise ou diálise peritonial. Esses três tratamentos fazem parte do que chamamos de terapia de substituição renal, que, como o próprio nome diz, são tratamentos que visam substituir os rins naturais.

A hemodiálise (HD), assunto que iremos tratar aqui, é, portanto, uma das opções de tratamento que permite que o paciente com insuficiência renal grave e irreversível possa manter-se vivo e ativo por vários anos.

Este artigo terá como objetivo explicar para os familiares, ou para o próprio paciente que está prestes a entrar em tratamento hemodialítico, como são feitas as sessões de hemodiálise, quanto tempo duram e o que costuma acontecer durante cada tratamento.

Se você quiser entender questões mais técnicas, tais como o funcionamento da hemodiálise e as formas como esse tratamento consegue substituir parte das funções dos rins, acesse o seguinte artigo: O QUE É HEMODIÁLISE.

Por quanto tempo é preciso fazer hemodiálise?

A hemodiálise é um tratamento que serve para pacientes com insuficiência renal aguda (IRA) ou insuficiência renal crônica (IRC). O primeiro caso ocorre quando um paciente que previamente tinha uma função renal adequada apresenta um problema que faz com que os seus rins parem de funcionar de uma hora pra outra. A IRA costuma ocorrer em casos de intoxicação exógena, uso de drogas nefrotóxicas, desidratação grave ou obstrução do trato urinário. Na insuficiência renal aguda, uma vez tratada a causa, os rins voltam a funcionar adequadamente. Portanto, as sessões de hemodiálise são feitas apenas enquanto os rins não se recuperam, o que costuma ocorrer após alguns dias.

Já a insuficiência renal crônica é uma doença progressiva e irreversível dos rins. É uma lesão renal provocada habitualmente por anos e anos de agressão contínua aos rins, como nos casos de diabetes ou hipertensão arterial. Os pacientes com insuficiência renal crônica quando chegam em fases avançadas da doença necessitam de hemodiálise e, salvo raros casos, ficam dependentes da máquina para o resto da vida, pois não há chance de recuperação da função renal.

A partir desse ponto, vamos falar sobre as sessões de hemodiálise no paciente com insuficiência renal crônica.

Sala da hemodiálise

Os pacientes com insuficiência renal crônica que precisam iniciar tratamento hemodialítico são habitualmente alocados em uma clínica de hemodiálise. As clínicas de hemodiálise são unidades extra-hospitalares, cuja única função é oferecer este tipo de tratamento aos pacientes.

As salas de hemodiálise costumam ter várias máquinas, sendo capazes de receber, às vezes, até 20 pacientes em uma só sala. Clínicas grandes podem ter 4 ou 5 salas, o que lhes permite dialisar dezenas de pacientes a cada turno.

Cada paciente tem direito a uma poltrona, que é totalmente reclinável e contém dois apoios para o braço. A maioria das salas tem um ou mais aparelhos de TV para que os pacientes possam assistir programas enquanto dialisam.

A equipe responsável pelas salas de hemodiálise é composta por um ou dois médicos e um grupo de enfermeiros.

Quanto tempo dura uma sessão de hemodiálise?

As sessões de hemodiálise duram habitualmente 4 horas e são realizadas 3 vezes por semana. O paciente pode optar pelos dias ímpares (terça, quinta e sábado) ou pelos dias pares (segunda, quarta e sexta). Também é possível optar por um dos três turnos do dia: manhã, tarde ou noite.

Cada clínica estabelece o seu horário, mas, em geral, o turno da manhã é feito de 7 às 11h, o turno da tarde de 12h às 16h e o turno da noite de 17 às 21h. Algumas clínicas fazem intervalos mais curtos entre os turnos e conseguem oferecer um 4º turno, que costuma começar às 20h e terminar à meia-noite.

O pacientes mais jovens e ainda ativos profissionalmente costumam preferir o turno da noite, enquanto os mais idosos habitualmente fazem a sua sessão de HD nos turnos da manhã.

O paciente deve permanecer fixo nos turnos e dias escolhidos, mas, em casos pontuais, ele pode solicitar antecipadamente a troca de horário ou de dia.

Já existem clínicas que oferecem sessões de hemodiálise durante a madrugada. O paciente chega na clínica no final da noite e se submete a uma sessão mais prolongada, de 6 a 8 horas. Ou seja, o paciente 3 vezes por semana dorme na clínica de hemodiálise enquanto faz a sua sessão de HD. Essa modalidade de HD parece ser pouco atraente, mas é a que vem apresentando melhores resultados em relação a complicações e taxa de mortalidade a longo prazo.

Como é feita a sessão de hemodiálise?

Assim que o paciente chega à clínica, ele deve aguardar até que o enfermeiro lhe chame para entrar na sala. Quando autorizado, o paciente dirige-se à sala de HD, pesa-se e depois e senta-se na poltrona ao lado da máquina que está reservada para si. Após uma breve conversa, com objetivo de saber se há algum problema ou queixa por parte do paciente, o enfermeiro afere a sua pressão arterial. Se estiver tudo ok, o enfermeiro prepara-se para iniciar a sessão.

Para que a máquina de hemodiálise consiga fazer o seu trabalho de limpar as toxinas do sangue e remover o excesso de líquidos do corpo, ela precisa ter acesso ao sangue do paciente. Isso é feito através de uma fístula arteriovenosa (FAV) ou de um cateter venoso central (CVC). Explicamos melhor essas duas vias de acesso no artigo: O QUE É HEMODIÁLISE.

Vamos usar a FAV como exemplo, pois este é o acesso vascular mais indicado para realizar uma sessão de HD. A fístula do paciente precisa ser puncionada por duas agulhas, uma para puxar o sangue em direção à máquina e outra para devolver o sangue já filtrado de volta para o paciente. Isso significa que o paciente será picado duas vezes sempre que for iniciar a sessão de HD. Em geral, as picadas são realizadas no mesmo local, o que cria um pequeno túnel, que facilita a punção e reduz a incidência da dor.

Ao iniciar a sessão, o circuito extracorpóreo da máquina é enchido com cerca de 300 mililitros de sangue do paciente, que através de uma bomba é levado em direção ao filtro da hemodiálise, que é a estrutura que efetivamente filtra o sangue e retira o excesso de líquido. Durante 4 horas, o sangue do paciente fica passando continuamente pelo circuito e pelo filtro.

O processo de limpeza do sangue e a retirada do excesso de água é controlado por um computador. Como o paciente em diálise não urina (ou quase não urina), se entre uma sessão de HD e outra ele ganhar 3 quilos, isso significa que ele acumulou cerca de 3 litros de líquidos neste período. Essa será, estão, a quantidade de água que a máquina irá retirar do seu corpo durante as 4 horas de sessão. Se o paciente for pouco disciplinado e beber água indiscriminadamente entre uma sessão e outra, ele pode ganhar 5 ou 6 quilos neste intervalo, o que é uma quantidade de água muito grande para ser retirada em apenas 4 horas de sessão.

Uma ou duas vezes a cada hora de sessão, os sinais vitais do paciente, incluindo pressão arterial, frequência cardíaca e temperatura corporal são aferidos para termos certeza que está correndo tudo bem durante o tratamento. Caso haja algum problema, o médico é chamado à sala para avaliar o paciente. Na imensa maioria das vezes, as intercorrências são simples, e o médico não precisa tomar nenhuma medida mais agressiva.

Como termina a sessão de hemodiálise?

Após as 4 horas, o circuito extracorpóreo da máquina de HD é esvaziado e todo o sangue retorna para o paciente. Estando tudo bem, a equipe de enfermagem retira uma agulha de cada vez e solicita que o paciente use os seus dedos para pressionar o local da punção de forma a impedir que haja algum sangramento. Em geral, esse processo demora uns 5 minutos. Após esse tempo, a equipe de enfermagem certifica-se de que o local da punção já não apresenta risco de sangramento e o cobre com uma curativo.

A pressão arterial é medida mais uma vez, e se tudo estiver bem, o paciente é liberado para ir embora para a sua casa. Antes de sair, ela pesa-se para confirmar a retirada de líquido. Se a máquina estava programada para retirar 3 litros de água, o paciente precisa sair da HD com cerca de 3 quilos a menos que entrou.

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