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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

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VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA


A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), também chamada de vertigem posicional ou vertigem postural, é a causa mais comuns de vertigem, sendo caracterizada por breves episódios de tonturas desencadeadas, habitualmente, por movimentos da cabeça. A vertigem posicional paroxística benigna surge por problemas no ouvido interno, que é um dos órgãos responsáveis pelo nosso equilíbrio.

Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre a vertigem posicional paroxística benigna:

? O que é vertigem.
? O que é a vertigem posicional paroxística benigna.
? Sintomas da vertigem posicional paroxística benigna.
? Tratamento da vertigem posicional paroxística benigna.

O que é vertigem?

Todo mundo acha que sabe o que é tontura, mas esse termo é muitas vezes usado de forma equivocada para descrever sensações como desequilíbrio, náuseas, hipotensão, fraqueza, visão dupla, turvação visual, mal-estar, etc. A tontura verdadeira é aquela que se apresenta como uma falsa sensação de movimento próprio ou do ambiente, estando frequentemente associada a desequilíbrio e/ou enjoos.

Se você não consegue se equilibrar, mas não tem a falsa sensação de que você ou o ambiente ao redor está em movimento, isso não é tontura. Por exemplo, pacientes com lesões neurológicas podem perder a capacidade de se manter equilibrados em pé, sem que necessariamente sintam-se tontos. Tontura é aquilo que sentimos quando rodamos rapidamente ou quando estamos bêbados.

Quando a tontura é causada por uma sensação de movimento rotatório, ou seja, quando parece que tudo ao redor está girando, damos o nome de vertigem. A vertigem é o tipo mais comum de tontura.

O que é a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)

Para entender a VPPB é preciso primeiro conhecer o  funcionamento do ouvido interno.

O labirinto é um órgão presente dentro do ouvido, composto por um conjunto de arcos semicirculares que possuem líquidos em seu interior. A movimentação destes líquidos é que auxilia o cérebro a identificar movimentos do corpo e a nos manter em equilíbrio. Graças ao labirinto, o cérebro consegue interpretar movimentos angulares, acelerações lineares e forças gravitacionais.

Você sabe por que ficamos tontos depois de rodarmos? Porque quando paramos de rodar, apesar de já estarmos parados, os líquidos dentro do nosso ouvido interno ainda ficam em movimento rotacional por alguns segundos, fazendo com que o cérebro interprete que ainda estamos rodando. Por isso, apesar de parados, sentimos a sensação de rotação, caracterizando a tontura e a vertigem.

Para saber mais sobre tonturas e vertigens, leia também:
O QUE É A LABIRINTITE.
TONTURA E VERTIGEM | Causas e sintomas.
CINETOSE | ENJOO DE MOVIMENTO.

A ocorrência da vertigem posicional paroxística benigna é habitualmente atribuída à presença de cristais de cálcio no interior do canal semicircular posterior, que é o mais inferior dos 3 canais do labirinto e o responsável pela detecção de aceleração linear da cabeça . A presença destes cristais altera o fluxo normal de líquido dentro do canal, levando a interpretações equivocadas do cérebro quando há movimentos do corpo, principalmente da cabeça. A VPPB é classicamente desencadeada por movimentos específicos da cabeça (explico melhor mais à frente).

Cerca de 35 a 40% dos casos de vertigem posicional paroxística benigna são idiopáticos, ou seja, não apresentam uma causa estabelecida. Leves traumatismos de cabeça podem ser o fator desencadeante em cerca de 15 a 20% dos pacientes.  Os casos restantes são geralmente provocados por outras doenças, como otite média (leia: OTITE MÉDIA | Dor de ouvido), cirurgias da cabeça, doença de Meniere, neurite vestibular, enxaqueca e diversas outras doenças do ouvido.

Sintomas da vertigem posicional paroxística benigna

Os pacientes com VPPB se queixam, habitualmente, de episódios recorrentes de vertigem com duração de menos de um minuto. Náuseas e tonturas também podem ocorrer. Apesar de cada episódio individual ser breve, estes podem se repetir seguidamente durante dias, semanas ou até meses (a duração média é de duas semanas). Os pacientes, muitas vezes, têm remissões súbitas espontâneas, e recaídas meses depois.

Os episódios de tontura são provocadas por movimentos específicos da cabeça, como olhar para cima, deitar ou levantar-se, ou rolar na cama. O quandro pode surgir subitamente, com vertigens que aparecem pela primeira vez logo que o paciente acorda e tenta se levantar.

A presença de nistagmo, que são movimentos rítmicos e anormais do olho são típicos da vertigem posicional paroxística benigna. Há manobras que podem ser feitas durante o exame físico, como o teste de Dix-Hallpike, que ajudam a desencadear a vertigem e o nistagmo, facilitando o diagnóstico da VPPB.

Tratamento da vertigem posicional paroxística benigna

Existem várias manobras fisioterápicas com a cabeça que têm como objetivo movimentar os cristais de cálcio de forma a expulsá-los dos canais do labirinto. Essas técnicas são chamadas de manobras de reposicionamento otolítico e apresentam excelentes resultados.

Realizada no consultório do seu médico, as manobras de reposicionamento otolítico são compostas por vários posicionamentos simples e lentos da cabeça. Cada posição é mantida por cerca de 30 segundos depois do desaparecimento da vertigem ou do nistagmo. Esta técnica é geralmente eficaz após uma ou duas sessões.

O seu otorrinolaringologista provavelmente irá lhe ensinar como realizar o procedimento em si mesmo, para que você possa fazê-lo em casa antes de voltar ao consultório para nova avaliação.

Medicamentos habitualmente não são necessários para tratar a vertigem posicional paroxística benigna.

Este post também está disponível em: Espanhol

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